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Introdução

1. Os três pilares da Gestão para o Avanço Contínuo no Jovem de Futuro

O modelo de Gestão para o Avanço Contínuo proposto pelo programa Jovem de Futuro é composto por três pilares de atuação:

Foco no estudante e na aprendizagem

O dia a dia das escolas envolve múltiplas tarefas – como coordenar pessoas, cuidar da infraestrutura e do relacionamento com a comunidade escolar –, mas todas essas ações devem estar a serviço daquela que é a rotina mais importante de todas: o processo pedagógico.

Corresponsabilização

A mudança precisa ser desencadeada por ações simultâneas nas três instâncias que compõem a educação pública no nível estadual. Assim, há coerência e coordenação dos esforços em todo o sistema educacional para que cada instância desempenhe seu papel e tenha bons resultados.

Aprender com a prática

O Jovem de Futuro é um modelo de reorganização do trabalho que convida todos a uma forma de fazer mais analítica, coletiva e integrada. Isso permite disseminar entre os profissionais, inclusive os recém-chegados, os procedimentos da gestão educacional. É por meio da reflexão na ação que os profissionais se sentem aptos a enfrentar situações novas, com condições de decidir em momentos de incerteza. Isso possibilita o aprendizado constante e o avanço da educação.

2. Conceitos que sustentam o CdG

2.1. O papel da liderança escolar na garantia da aprendizagem

Pesquisas mostram que a gestão escolar é o segundo maior fator de impacto na aprendizagem, ficando atrás somente do trabalho do professor. É essa gestão que organiza processos e métodos e estabelece diálogo entre as dimensões pedagógicas, o cotidiano administrativo-financeiro, os aspectos pessoais e relacionais, sempre com foco no estudante e tendo os objetivos estratégicos da rede educacional como orientadores do planejamento. Os objetivos estratégicos são:

  • Tornar a escola mais atrativa e inclusiva, com a comunidade escolar atuante.
  • Preparar os estudantes para o mercado de trabalho, alinhado ao seu projeto de vida.
  • Ter profissionais motivados e atualizados quanto às demandas educacionais.
  • Implantar modelos inovadores de gestão escolar e ter lideranças motivadas e qualificadas.
  • Fortalecer o regime de colaboração entre estado e municípios.
  • Garantir a continuidade da aprendizagem para todos os níveis e etapas, da educação básica ao ensino superior.

A gestão escolar diz respeito à mobilização da comunidade escolar, à organização do trabalho dos profissionais da escola e ao uso adequado de todos os recursos disponíveis a fim de garantir que os estudantes se desenvolvam em sua plenitude, no tempo adequado e com a idade esperada.

Na Dupla Gestora, Diretor e Especialista de Educação Básica (EEB) se complementam na busca pela melhoria da aprendizagem e, para isso, um de seus papéis é a implementação do Circuito de Gestão (CdG), que visa aprimorar as práticas de gestão e de liderança nas redes de ensino.

Os desafios dos gestores escolares são complexos e diversos. Algumas características são fundamentais no contexto educacional, e o CdG ajuda nesse desenvolvimento, orientando os líderes à prática da melhoria contínua.

A busca constante por dados e evidências para embasar reflexões e a consequente tomada de decisões acertadas estão relacionadas à capacidade de pensamento analítico de Diretores Escolares e Especialistas de Educação Básica (EEB).

A habilidade de entender, reorganizar e adaptar problemas e conhecimentos para a própria realidade é chamada de flexibilidade cognitiva. Isso permite que líderes aprendam não só com suas vivências, mas também com a prática dos colegas, por meio da troca de experiências.

Envolver a comunidade escolar em um compromisso coletivo é outro aspecto da gestão, afinal, a escola se dá por meio da coletividade. Somos uma rede e a liderança não está sozinha! Professores, estudantes, famílias e responsáveis, servidores e toda a comunidade em torno da escola fazem parte do grupo que a liderança deve mobilizar, de forma a gerar corresponsabilização.

O CdG fortalece e estimula o desenvolvimento dessas três características - pensamento analítico, flexibilidade cognitiva e engajamento da comunidade escolar em torno de um compromisso coletivo - ao longo de sua jornada, com ciclos e etapas estruturados. É importante entender que esse caminho nem sempre é retilíneo. Cada liderança vivencia sua trajetória dentro de um espaço de tempo particular e com suas próprias especificidades.

2.2. As quatro dimensões da gestão escolar

A gestão escolar é composta por várias dimensões, como: dimensão político-institucional, dimensão pedagógica, dimensão administrativo-financeira e dimensão pessoal-relacional. Ainda que todas sejam essenciais, a dimensão pedagógica é que mais diz respeito à função social da escola. Por isso, as demais dimensões estão a serviço dela.

As práticas de liderança e gestão na dimensão pedagógica são aquelas que têm maior impacto na aprendizagem dos jovens. As atribuições dos gestores que têm maior influência no resultado da escola são ligadas à garantia de um ensino de qualidade, à liderança da aprendizagem e, principalmente, à formação docentes.

O conceito de liderança pedagógica é complementar ao conceito de gestão, que diz respeito à mobilização da comunidade escolar, à organização do trabalho dos profissionais da escola e ao uso adequado de todos os recursos disponíveis a fim de garantir que os estudantes se desenvolvam em sua plenitude, no tempo adequado e com a idade esperada.

Para que a gestão escolar seja efetiva, é preciso que os gestores também estejam preparados para exercer e compartilhar a liderança, especialmente a liderança pedagógica.

2.3. Os valores da gestão

O modelo de gestão do Jovem de Futuro se baseia em sete valores fundamentais. Esses valores ajudam a gestão a direcionar o olhar da equipe escolar e estabelecer relações duradouras, de confiança e sucesso com toda a comunidade escolar, num ambiente respeitoso. Nas congruências e nas interrelações desses valores está a potência da estratégia do Jovem de Futuro e do CdG.

Compromisso com o desenvolvimento pleno dos estudantes: manter o foco no estudante e priorizar os resultados ligados a ele, prezando pelo princípio ético do bem-estar de toda a comunidade escolar. Este é o cerne da educação, que prepara o jovem para exercer a cidadania.

Altas expectativas para todos: gestores precisam acreditar no potencial de todos os profissionais que compõem a escola e dos estudantes. Gestores compromissados com altas expectativas atuam em busca das condições necessárias para o desenvolvimento dos jovens, adotando práticas inclusivas e de enfrentamento das desigualdades.

Respeito e valorização da diversidade: acolher e utilizar a diversidade cultural linguística, de identidade, de gênero, raça, sexualidade e de pensamento para promoção de um clima escolar democrático. Utilizar a pluralidade como força de criação, adotando práticas pedagógicas que reconheçam e valorizem as diferenças entre os estudantes.

Incentivo à participação: colaboração, argumentação (ceder e convencer) e cocriação entre os diversos atores são pontos chaves para uma gestão democrática. As perspectivas do grupo precisam ser acolhidas, consideradas e coordenadas.

Abertura à inovação e padrões estruturados: olhar para antigos problemas e ideias sob novas perspectivas. A inovação pode se dar por meio de uma quebra radical de paradigmas ou pelo aprimoramento contínuo de um processo, elevando a sua qualidade. É evitar descobertas ao acaso e focar na sistematização de informações, com um olhar analítico estruturado.

Equidade: a gestão educacional deve ser capaz de identificar desigualdades de acesso, de permanência e de rendimentos dos estudantes, compreender suas causas e construir estratégias de enfrentamento desses problemas, sejam eles internos ou externos à escola.

Compromisso com uma educação pública de qualidade: compromisso moral e genuíno com a alta qualidade e a atratividade da escola para todos, em busca de uma convivência plural e democrática.

2.4. Perfis de liderança escolar

Liderar é, também, influenciar, de forma que toda a comunidade escolar caminhe em direção aos mesmos objetivos. Somos uma rede!

Uma característica que permeia o contexto da liderança é a afetividade. Um líder afetivo é aquele que prioriza o caráter humano e socioemocional dos sujeitos que compõem a escola. Ações, tarefas e resultados são importantes, mas, sem as pessoas nada acontece. Líderes afetivos criam laços genuínos entre as pessoas, com escuta ativa, contribuindo para um clima escolar de confiança, proximidade e corresponsabilização. A escuta ativa é dedicar-se plenamente a ouvir e entender o outro.

Confira alguns perfis de liderança e reflita sobre suas características. Lembre-se que, no cotidiano escolar, o momento e os desafios da escola podem fazer você transitar entre diferentes estilos.

Institucional - Considera que o foco de atenção dos líderes é o comportamento dos professores ao desenvolver atividades que influenciam diretamente a formação dos estudantes.

Gestora - A atenção dos líderes escolares está no desempenho eficaz de suas tarefas e funções para influenciar positivamente o resto dos membros da instituição escolar. Essa influência resulta da posição do diretor na hierarquia da escola e do exercício adequado de suas funções em termos de políticas e procedimentos formais na unidade educacional.

Transformadora - O foco está tanto nos compromissos quanto nas capacidades daqueles que compõem a organização. Quanto maior o nível de comprometimento com os objetivos e metas da instituição, maior a capacidade de alcançá-los, o que se traduz em maior esforço e nível de produtividade de seus membros.

Moral e autêntica - Enfatiza a integridade, definindo, a priori, que o foco da liderança deve estar nos valores, crenças e ética dos líderes.

Distribuída - Executada por diferentes pessoas ou grupos que têm participação na gestão, direção e tomada de decisões da instituição de ensino. É projetada para envolver toda a experiência existente na organização, em vez de procurá-la em uma posição ou papel formal.

Contingente - Pressupõe a natureza diversa dos contextos escolares e as vantagens de adaptar os estilos de liderança a cada situação particular. Esta abordagem reflexiva é especialmente importante em períodos de turbulência, em que os líderes devem ser capazes de avaliar corretamente uma situação e reagir adequadamente, em vez de confiar em um modelo padrão de liderança.

O Circuito de Gestão pode funcionar com qualquer desses perfis de liderança. No entanto, quer estimular a prática da liderança distributiva.

2.5. Gestão democrática

A gestão democrática atua, principalmente, em quatro diferentes dimensões da liderança por meio de suas práticas, visando:

  1. Estabelecer direções.
  2. Construir relacionamentos e desenvolver, envolver e engajar as pessoas.
  3. Redesenhar a organização para apoiar as práticas desejadas.
  4. Melhorar os programas de ensino.

O universo de um gestor democrático precisa ser pautado na transparência das ações e na participação ativa da comunidade escolar. Esse binômio fortalece a potência da gestão e se retroalimenta, à medida que quanto mais acesso todos têm aos desafios e avanços da escola, mas conseguem contribuir para os resultados.

Liderar é praticar intensamente a escuta ativa e empática, ou seja, é estar aberto verdadeiramente para o que os docentes, os estudantes, os servidores, os familiares e responsáveis têm a dizer. É acolher pontos de vistas diferentes e incluir perspectivas diversas, estimulando a colaboração e a corresponsabilização de todos os atores envolvidos no processo.

2.6. Clima e convivência no ambiente escolar

O clima escolar aparece com frequência no cotidiano dos gestores como algo desafiador, porém, é fator fundamental na garantia da aprendizagem. Ele é composto por percepções individuais acerca do contexto comum, levando em conta desde a organização, as estruturas pedagógicas e administrativas até, especialmente, as relações humanas.

A educação é feita de pessoas - para elas e por elas. Por isso, a qualidade do clima escolar está diretamente conectada às relações interpessoais. Quando há senso de justiça, de pertencimento e a sensação de envolvimento, o processo de ensino-aprendizagem melhora, com redução da indisciplina e das faltas e licenças.

Estudantes, docentes, gestores, familiares e responsáveis. Todos eles contribuem para a formação de um clima escolar positivo e, por isso, devem ter suas vozes escutadas de maneira ativa, consideradas e contempladas. Crie rotinas e planeje a convivência e o diálogo para que momentos de escuta aconteçam com frequência. Faça a mediação de conflitos, estimule o protagonismo juvenil, valorize os inúmeros sujeitos que compõem a escola e invista na formação continuada de professores e demais profissionais escolares. Os benefícios de um clima escolar de alta qualidade extrapolam os muros da escola e transbordam para a sociedade.

2.7. Protagonismo juvenil

Na correria do dia a dia da gestão educacional, uma dimensão que nem sempre é priorizada é a de escutar os desejos dos estudantes em relação à escola. A promoção do protagonismo juvenil pode assegurar que a experiência da escola seja significativa na vida dos jovens.

O engajamento dos estudantes também pode ser potente para melhorar a qualidade da gestão. É uma retroalimentação de potências que geram resultados para além dos muros da escola, pois contribuem para o desenvolvimento da cidadania.

Para promover o protagonismo juvenil, a escola deve realizar uma escuta atenta e ações consequentes, que garantam a presença dos estudantes na realização das mudanças pensadas coletivamente. Os jovens não querem apenas opinar. Querem colocar a mão na massa e têm uma capacidade criativa incrível que merece atenção e acolhimento.

A promoção da participação precisa garantir que as desigualdades existentes entre os jovens não se acentuem. Ao contrário, devemos cuidar para que todos os estudantes sejam estimulados a se expressar e possam aprender e contribuir a partir de seus diferentes pontos de vista.

Para que a participação dos estudantes efetivamente se dê, é preciso compreender que as gerações mais jovens possuem saberes ricos e que podem compartilhá-los conosco. Ou seja, a gestão também tem um lugar de aprendiz. Esse é um pressuposto básico para que o diálogo se estabeleça: reconhecer que é possível aprender com os jovens e se empenhar em mudar as relações de poder na escola.

A gestão democrática da escola deve colaborar para que os jovens possam ter uma experiência educativa que os auxilie a desenvolverem um senso de cidadania comprometido com a construção de uma sociedade mais justa e plural.

3. O Circuito de Gestão (CdG) Mineiro

O CdG é um método de trabalho que faz parte do programa Jovem de Futuro, uma iniciativa do Instituto Unibanco para apoiar as redes públicas de ensino no aprimoramento das práticas de gestão e de liderança nas escolas, regionais de ensino e secretarias de educação.

É baseado na metodologia do PDCA (em inglês, Plan, Do, Check e Act; em português, Planejar, Executar, Checar e Ajustar). É implementado em dois ciclos ao longo do ano, o que dá a oportunidade de aprimorar o que não está funcionando.

Sua implementação se dá em quatro etapas: (1) planejamento e compromisso com as metas e resultados; (2) execução; (3) avaliação (conhecida como Sistemática de Monitoramento e Avaliação de Resultados) e (4) Correção de Rotas/Compartilhamento de Práticas.

Tem como objetivos contribuir para a melhoria da aprendizagem, a permanência dos estudantes, o aumento das taxas de conclusão e a redução das desigualdades no Ensino Médio.

O CdG possui protocolos destinados aos gestores da Secretaria, das regionais de Ensino e das escolas e aos Inspetores Escolares que orientam a sua implementação ao longo do ano letivo. O Sistema de Gestão para o Avanço Contínuo da Educação (Sigae), por sua vez, é um sistema disponibilizado aos estados para fazer registros, análises, monitoramento das ações e suporte à gestão nas três instâncias.

3.1. Por que implementar o CdG?

Os benefícios do CdG são, entre outros:

  • Promover o desenvolvimento integral dos estudantes e dos profissionais das escolas, regionais de ensino e Secretaria.
  • Contribuir para a melhoria dos resultados de aprendizagem dos estudantes, permanência e redução das desigualdades.
  • Facilitar processos e ampliar o diálogo e a corresponsabilização entre as instâncias.
  • Promover a gestão para o avanço contínuo.

As 4 etapas do CdG (Planejamento, Execução, Sistemática de Monitoramento e Avaliação de Resultados -SMAR e Correção de Rotas/Compartilhamento de Práticas) sustentam o ciclo de melhoria escolar e contribuem para que o foco esteja nos estudantes

Planejar, monitorar e avaliar já são atividades rotineiras da gestão educacional e escolar. O diferencial está justamente no acompanhamento sistemático, nos ajustes feitos ao longo do caminho percorrido e na repetição deste exercício. É um convite a uma nova forma de fazer, mais analítica, baseada em dados, coletiva e integrada.

Os profissionais envolvidos na implementação do Circuito de Gestão desenvolvem o pensamento analítico, pois passam a construir relações de causa e efeito mais próximas dos problemas reais, a priorizar problemas e a desenhar continuamente ações mais efetivas para lidar com eles.

4. Princípios do Circuito de Gestão (CdG) Mineiro

O objetivo final do CdG é a melhoria da aprendizagem de todos os estudantes, com redução das desigualdades e garantia de acesso e permanência, por meio da qualificação contínua de profissionais, processos, interações e resultados, para a transformação sustentável das escolas e das redes de ensino.

Os valores que orientam o CdG são:

  1. Compromisso com o desenvolvimento pleno dos estudantes.
  2. Altas expectativas para todos.
  3. Respeito e valorização da diversidade.
  4. Incentivo à participação.
  5. Compromisso com uma educação pública de qualidade.
  6. Equidade.
  7. Abertura à inovação e aos padrões estruturados.

Mudar práticas de gestão exige apoio e corresponsabilização. Para isso, a ponte entre a Secretaria Estadual de Educação, as Regionais de Ensino e escolas precisa ser fortalecida, para permitir que cheguem, às instâncias centrais, mais informações sobre as necessidades reais da escola (e dos estudantes) e que sejam levadas a ela orientações e informações sobre os programas da Secretaria Estadual de Educação.

5. A Ritualística do Circuito de Gestão (CdG) Mineiro

O Circuito de Gestão (CdG) é implementado em 4 etapas em dois ciclos por ano:

  • Planejamento: é o ponto de partida do CdG. Esta etapa é marcada pelo compromisso com as metas e a elaboração coordenada dos Planos de Ação para o ano corrente pelas 3 instâncias: SEE, SREs e escolas.
  • Execução: é a realização das ações planejadas e o monitoramento da execução do Plano de Ação e dos Indicadores Estruturantes (aulas dadas, frequência e nota dos estudantes). A execução é contínua, durante todo o ano letivo.
  • Sistemática de Monitoramento e Avaliação de Resultados (SMAR): parada estratégica para analisar os dados de execução do Plano de Ação e os Indicadores Estruturantes no período definido. Ocorre duas vezes no ano letivo, nas 3 instâncias. Na segunda SMAR, é feito um balanço do ano, que fornece insumos para o planejamento do ano seguinte.
  • Correção de Rotas/Compartilhamento de Práticas: quando acontece a revisão dos Planos de Ação das escolas, SREs e SEE a partir das análises da SMAR. É possível acrescentar, eliminar e/ou alterar as ações planejadas para alcançar os resultados esperados. Também há o compartilhamento de práticas entre pares gestores.

6. Quem Participa do CdG

Todos os servidores envolvidos nas ações e tarefas do Plano de Ação são responsáveis pela implementação e monitoramento do CdG. Cada instância (SEE, SRE e escola) tem um Grupo Gestor, responsável por implementar as etapas do CdG.

6.1. Secretaria

Como funciona o CdG na SEE: O CdG na SEE é operacionalizado pela equipe da Coordenação de Gestão Educacional (CGE) da DIEM, que faz o gerenciamento e o monitoramento das ações do Plano de Ação do órgão central. Além disso, há a realização de Comitês Operacionais, Táticos e de Governança – este último com a presença do Secretário de Educação para deliberação de questões estratégicas do programa, envolvendo a própria SEE, as SREs e as escolas.

6.1.1. Técnico de Apoio à Gestão (TAG)

Os Técnicos de Apoio à Gestão (TAGs) da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) implementam os processos do Circuito da Secretaria e acompanham os profissionais das Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Este trabalho é fundamental para garantir a transformação na rede de ensino. Além disso, esses profissionais da SEE complementam o processo de formação em serviço dos gestores das regionais, orientam e apoiam as equipes na implementação dos processos de gestão e são uma ponte entre a SEE e as SREs.

6.2. Superintendência Regional de Ensino (SRE)

Como funciona o CdG na SRE: Os Superintendentes Regionais tomam as decisões estratégicas com os demais membros do Grupo Gestor da Regional (Coordenador de Inspeção, Analista Educacional e DIRE). Os Inspetores Escolares e servidores de referência do EMTI acompanham e se corresponsabilizam pelo CdG nas escolas e também participam da implementação do CdG em suas regionais.

6.2.1. Grupo Gestor da SRE

É composto pelo Superintendente, Coordenador de Inspeção, Analista Educacional e DIRE (Diretoria Educacional).

6.2.2. Inspetor Escolar

O Inspetor Escolar é o profissional da SRE responsável por apoiar a implementação do CdG nas escolas regulares de Ensino Médio e nas escolas de EMTI, seguindo as resoluções que definem os parâmetros da função.

6.2.3. Servidor responsável pelo Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI)

O servidor da SRE responsável pelo EMTI tem o papel de fortalecer e garantir o CdG nas escolas de EMTI.

6.3. Escola

Como funciona o CdG na escola A Dupla Gestora (diretor escolar e Especialista de Educação Básica - EEB) é responsável por conduzir o CdG junto com o Grupo Gestor da escola (Dupla Gestora e representantes de docentes, de estudantes e de pais/responsáveis), que acompanha e participa das tomadas de decisão.

6.3.1. Dupla Gestora

A Dupla Gestora da escola é formada por Diretor Escolar e Especialista em Educação Básica (EEB) – nas escolas EMTI, é o Especialista do EMTI –, que implementam o CdG junto ao Grupo Gestor da escola, com o apoio do Inspetor Escolar e do servidor da SRE responsável pelo EMTI.

A Dupla Gestora participa ativamente do Ponto de Checagem - Escola 1 (PC-E1) da etapa de Planejamento, das Visitas Técnicas (VT) de todas as etapas, das Reuniões de Gestão Integrada entre SREs e escolas (RGI-E) e mobiliza a comunidade escolar na implementação do CdG e demais ações.

6.3.2. Grupo Gestor

O Grupo Gestor da escola é formado por Diretor Escolar, Especialista em Educação Básica (EEB) – nas escolas EMTI, é o Especialista do EMTI –, e representantes de professores e estudantes do Ensino Médio e das suas famílias.

O Grupo Gestor implementa o CdG com o apoio do Inspetor Escolar e do servidor da SRE responsável pelo EMTI, participa ativamente das Visitas Técnicas (VTs) e mobiliza a comunidade escolar na implementação do CdG e demais ações.

7. A Corresponsabilização Entre as Instâncias

Para a implementação do CdG, é fundamental que as três instâncias de ensino sejam corresponsáveis e tenham atuação integrada para o pleno funcionamento da metodologia, de acordo com os papéis de cada uma.

A padronização dos processos no CdG traz coerência e coordenação de esforços, pois cada instância precisa desempenhar bem o seu papel para que a escola funcione de forma adequada e tenha bons resultados.

8. Quais São os Objetivos Estratégicos da SEE-MG

Os seis objetivos estratégicos da SEE-MG são:

  1. Tornar a escola mais atrativa e inclusiva com a comunidade escolar atuante.
  2. Ter profissionais motivados e atualizados quanto às demandas educacionais.
  3. Fortalecer o regime de colaboração entre estado e municípios.
  4. Preparar os estudantes para o mercado de trabalho, alinhado ao seu projeto de vida
  5. Implantar modelos inovadores de gestão escolar e ter lideranças motivadas e qualificadas.
  6. Garantir a continuidade da aprendizagem para todos os níveis e etapas, da educação básica ao ensino superior.

9. Ações Disparadoras

O programa Jovem de Futuro é mais do que o Circuito de Gestão. Inclui um conjunto de ações disparadoras organizadas em 5 eixos de ação que criam as condições necessárias para colocar o CdG em funcionamento:

  1. Governança: É no âmbito da Governança que se criam condições políticas, institucionais e técnicas para que a perspectiva de gestão para o avanço contínuo da educação seja realizada em sua plenitude e seja gradualmente incorporada como cultura da rede estadual. Os Comitês de Governança são espaços de deliberação que dão abertura para que as ações sejam executadas e mantidas. Os comitês também são momentos de importantes alinhamentos com a Secretaria de Educação a respeito das ações implementadas junto à rede.
  2. Formação: Uma formação em serviço precisa levar os gestores a repensarem suas práticas, questionarem se o que estão fazendo é mesmo capaz de gerar os resultados pretendidos e por quê. No Jovem de Futuro, os cursos, as oficinas presenciais e os módulos a distância são eventos formativos voltados à implementação do CdG e ao desenvolvimento de competências de gestão. A abordagem valoriza experiências concretas de análise e tomada de decisão, com discussões em grupo. As formações são uma estratégia fundamental para promover a adesão dos profissionais ao método do CdG, uma vez que oferecem conhecimento técnico e conceitual que instrumentaliza a prática e fomenta reflexões sobre a relevância e os resultados das ações realizadas.
  3. Assessoria Técnica: Tem o papel de disseminar o Circuito de Gestão na rede, articulando o método de acordo com os objetivos e a política educacional do estado; produzir dados e estatísticas que orientam os comitês; e gerir o sistema de gestão do programa. A assessoria ajuda na construção de uma relação de maior proximidade com os gestores da Secretaria, completando o processo de formação na prática. A equipe local de implementação acompanha todo o processo do CdG e das ações implementadoras, ajudando a enfrentar riscos e a resolver os problemas.
  4. Mobilização: Engajar-se em um processo de mudança depende da motivação intrínseca de cada um, isto é, de seu compromisso genuíno com uma causa. Sem um envolvimento subjetivo e profundo com o trabalho, e sem que o trabalho traga um senso de autorrealização, não é possível mover grandes resultados. As ações de mobilização ajudam a promover a comunicação contínua e a disseminação do conhecimento junto à rede. As ações disparadoras do eixo Mobilização são de três tipos: acesso a novos conhecimentos, aprender com pares em contextos diversos e proximidade e transformação com os estudantes. O que se pretende é que todos os profissionais e estudantes estejam se sintam engajados no projeto de transformação da Educação, compreendendo os objetivos colocados e como as ações desenvolvidas buscam promover esses resultados.
  5. Gestão do Conhecimento: Para avançar na melhoria dos resultados de aprendizagem da rede estadual de educação, é primordial fazer a gestão do conhecimento produzido ao longo do processo de implementação do programa Jovem de Futuro. Assim, por meio de ferramentas de avaliação e de pesquisas, são gerados insumos que possibilitam análises sobre o andamento do programa no estado e, por consequência, embasam a recomendação de práticas para ajustes e melhorias.

O fluxo de transformação começa com a implementação dessas ações disparadoras, que variam de acordo com o contexto da rede.

10. SIGAE

O Sistema de Gestão para o Avanço Contínuo da Educação (Sigae) é o sistema em que gestores da SEE, SREs e escolas registram e acompanham a execução do Plano de Ação. Também serve para consultar indicadores, agendar e registrar reuniões e acessar outras ferramentas de suporte ao CdG.

Os usuários cadastrados podem acessar por computador, tablet e celular. O Manual do Sigae faz parte dos protocolos do CdG e traz tutoriais de uso do sistema. O CdG tem protocolos destinados aos gestores para guiar a sua implementação. São roteiros específicos para a Secretaria, Regionais e Inspeção Escolar que orientam a sequência de atividades do CdG e como analisar cada etapa.